sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E depois há dias assim




Dias em que pensamos muito, pensamos demais.
Dias em que somos tomados pelo medo. Medo do desconhecido e medo do que já conhecemos.

Pensamos na incerteza de um futuro depois de um emprego, na instabilidade financeira quando, na realidade, atravessamos um período em que o que mais precisávamos era o contrário; pensamos na crise, no Sócrates e na merda do OE, no Passos Coelho e no possível colapso do país. Pensamos no caos do sistema de saúde, no "pagar mais e receber menos". Pensamos na casa que queremos comprar, no carro que faz falta e apercebemo-nos que tudo vai ter que esperar.
Amendrontamo-nos e, para não sofrermos muito com isso, sacudimos a cabeça para aqueles pensamentos todos se dissolverem. Mas a solução é temporária e, inevitavelmente, minutos, horas ou dias depois, o medo volta. O mesmo ou outros.

E quando o telefone toca de madrugada, temos medo pela avó que está doente. (tanto medo...)
Quando o tempo está péssimo, temos medo pelos que saíram em viagem.
Quando estamos na merda, de coração destroçado, temos medo que ninguém nos ame novamente e, quando temos a sorte de ser amados, o medo é que nos deixem.

Sou assim... insegura, receosa, invadida por estes fantasmas todos e mais alguns. Receio por mim e pelos que me são caros, vivo as alegrias e tristezas deles como se minhas fossem.
Não, não vivo obcecada nem deixo de viver pelos medos que me acompanham. Mas há dias em que por mais que sacuda a cabeça, eles não vão embora.