sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E depois há dias assim




Dias em que pensamos muito, pensamos demais.
Dias em que somos tomados pelo medo. Medo do desconhecido e medo do que já conhecemos.

Pensamos na incerteza de um futuro depois de um emprego, na instabilidade financeira quando, na realidade, atravessamos um período em que o que mais precisávamos era o contrário; pensamos na crise, no Sócrates e na merda do OE, no Passos Coelho e no possível colapso do país. Pensamos no caos do sistema de saúde, no "pagar mais e receber menos". Pensamos na casa que queremos comprar, no carro que faz falta e apercebemo-nos que tudo vai ter que esperar.
Amendrontamo-nos e, para não sofrermos muito com isso, sacudimos a cabeça para aqueles pensamentos todos se dissolverem. Mas a solução é temporária e, inevitavelmente, minutos, horas ou dias depois, o medo volta. O mesmo ou outros.

E quando o telefone toca de madrugada, temos medo pela avó que está doente. (tanto medo...)
Quando o tempo está péssimo, temos medo pelos que saíram em viagem.
Quando estamos na merda, de coração destroçado, temos medo que ninguém nos ame novamente e, quando temos a sorte de ser amados, o medo é que nos deixem.

Sou assim... insegura, receosa, invadida por estes fantasmas todos e mais alguns. Receio por mim e pelos que me são caros, vivo as alegrias e tristezas deles como se minhas fossem.
Não, não vivo obcecada nem deixo de viver pelos medos que me acompanham. Mas há dias em que por mais que sacuda a cabeça, eles não vão embora.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Instinto Moda

Assim que entro no carro:

- "Dos tornozelos para cima, estás muito gira."
- "Hum?"
- "Não gosto desses sapatos."

E é assim, a vida de gaja.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Amizade sente-se, não se diz"

já dizia Machado de Assis.

Procurei frases e fotos catitas para pôr aqui, mas não vale a pena.
É, decididamente, uma daquelas alturas em que não há palavras que cheguem...

Obrigada aos meus pais que foram cúmplices deste elaboradíssimo plano. À Carlota e à Tita. Obrigada aos meus outros amores que não puderam vir mas que eu sei, com toda a certeza do mundo, que queriam ter cá estado comigo: Afonso e as "minhas" Carrie e Charlote. O meu obrigada, sentido como, talvez, nenhum outro. E obrigada ao meu homem, que se multiplica e divide só para me ver sorrir.

Adoro-vos *

sábado, 9 de outubro de 2010

Agora é esperar que comigo seja como com o Vinho do Porto


Happy birthday to me





quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Show must go on

Estou a 23 dias de fazer parte das estatísticas mais sombrias da União Europeia.

Durante um ano, aprendi muito. Comecei nas funções básicas, lineares, mas depressa cheguei ao patamar seguinte. Houve dias despreocupados, dias de puro ócio, horas passadas na net sem mais nada para fazer. Houve dias de stress, dias em que as horas não chegavam para o que tinha de ser feito, dias em que as minhas pernas não acompanhavam a minha genica. Com o tempo, veio a responsabilidade, vieram as horas extraordinárias e os pedidos para "tapar furos" em áreas que não a minha. E eu gostei. Das minhas mãos, saíram notícias, fotos, uma revista. Pode até parecer pouco, mas aos meus olhos, é um orgulho.
Gostei desta coisa de "trabalhar para ganhar o meu". Gostei de ver o verdinho a entrar, certinho (embora não gostasse muito de o ver saír...). Fazer férias, jantar fora, dar asas à futilidade sem depender dos pais.

Mas - e tinha de vir o "mas" - não há lugar para mim aqui. Sei que gostaram do meu trabalho, sei que abri precedentes para um lugar que vai ficar por preencher, mas as verbas não permitem. E tenho pena. Muita pena. Pelo ordenado (que dava muito jeito, especialmente agora), pelo trabalho que me deu gozo fazer e por algumas pessoas. Também tenho pena por mim, que durante uns dias vou andar aí feita barata tonta, a tentar rumar não sei bem para onde, à procura não sei bem do quê.
"Não quero que desistas do teu sonho", disse-me ele. E não desisto. Mas está na prateleira por tempo incerto, porque dada a situação e o futuro que parece pintado economicamente, não pode ser de outra maneira. Fazer rádio parece-me pouco provável.

Não sei o que o futuro me reserva.
Mas sei que dia 29 de Outubro uma etapa chega ao fim e outra terá o seu início.

***