quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Da efemeridade

Sempre fui um bocado masoquista no que toca ao sofrimento por antecipação.
Desde miúda que sou assaltada por pensamentos sombrios; quando tinha 5 anos fui mesmo acompanhada por um psicólogo porque os meus pais se viram um tanto ao quanto aflitos quando a minha preocupação fundamental não era qual o vestido que a Barbie ia usar mas sim "quem é que fica comigo se tu e o pai morrerem?".
A verdade é que, à medida que fui crescendo, ganhei um novo entendimento da coisa, mas não deixei de reflectir no tema. Acho que isso me deu um certo "à vontade" perante o conceito de morte. O que não quer dizer, nem por um segundo, que encare bem a partida de alguém. Gosto é de pensar que é uma coisa natural, que todos temos como garantida e, perferencialmente, já num ponto bem maduro da nossa vida.
A morte dos velhos (palavra carinhosa) não me choca,não me revolta. Claro que quando os meus avós morreram chorei, sofri. Mas é a dor de um momento que era inevitável. Já as mortes súbitas, inesperadas, de gente jovem, as doenças que vitimam pessoas com toda uma vida para descobrir... isso sim, dói.
Aos 18 anos vivi a primeira revolta. Perdi o Paulo, vítima de um linfoma que não lhe deu chances, que o maltratou durante quase um ano, que não o deixou chegar aos 20. E anos depois a morte da minha avó, vítima dos seus 86 anos e, talvez por isso, nada revoltante, nenhum sentimento de injustiça. E será assim quando chegar a vez da minha velha de cabelos cinza, agarrada a uma Alzheimer que lhe consome as forças, que lhe suga as palavras, que a (nos) faz sofer.
Mas ultimamente, talvez fruto de uma sucessão infeliz de mortes trágicas e inesperadas de pessoas mais ou menos conhecidas, dou por mim a navegar de novo por esses velhos caminhos... o medo. Medo de perder os que amo, os que me são vitais: pais, amigos, namorado, família. Medo de receber más notícias, medo de proporcionar-lhes uma má notícia.
O perigo é brutal e a vida tão frágil...
É por isso que sou adepta dos pequenos luxos: bons restaurantes, viagens, hoteis. Limitarmo-nos ao quotidiano não nos traz prazer, não nos deixa com aquela sensação de leveza e com aquele sorriso "isto sim, é viver."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Procura-se

Um destino de férias barato (baratíssimo!) e bonito.
Anyone...?