quinta-feira, 15 de novembro de 2012

E quando menos se espera


...alguém grita por ajuda, por socorro, num tom de desespero quase palpável. E tu, corres. Tu ajudas (ou tentas ajudar). E o cenário que encontras é feio, é estranho, surreal.

Munes-te de uma força que desconhecias, de uma coragem quase heróica, de um pico de adrenalina vindo não sabes de onde. E, inexplicavelmente, ao mesmo tempo, és capaz de raciocinar com clareza, de saber o que fazer - por instantes, agradeces as muitas horas passadas a ver CSI e afins - e vês-te num plano que não é o teu.

Chamam-se Bombeiros, o INEM; reúnem-se vizinhos, curiosos, familiares. E tu ali, alheio a tudo, a seguir os teus instintos e a tentar perceber o desfecho. Dás por ti a falar com a pessoa prostrada no chão, numa tentativa quase inocente de a manter acordada. Vês-te reflectido naqueles olhos, sentes-lhe a respiração ofegante e sentes o peso dos olhos de quem assiste.

E quando menos se espera... alguém te morre nas mãos.
E quando se pronunciam as palavras fatais, há gritos. Há revolta. Há raiva, ódio, dor.

E tu não sentes nada, porque a adrenalina não deixa. Sais dali, mas não és tu. Só regressas a ti, só te permites sentir, quando a realidade te dá um murro. E choras por uma pessoa que não conheces, pelos filhos que ficam sem mãe, pelo homem que fica sem mulher.

Choras por ti, pela força que tão depressa veio como foi, pela imagem que não te sai da cabeça, pelo cheiro que te ficou entranhado nas narinas, pelo sangue que ainda tens nas mãos.
Choras pela fragilidade da vida, pela estupidez da morte. Choras porque, inevitavelmente, pensas que podias ser tu ou um dos teus. Até aqui o egoismo dá as caras.



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Do adeus

Não gosto de despedidas, mas sei que as há. Não gosto da carga da palavra "adeus", mas sei que todos os dias é dita e sentida por alguém.

A minha avó morreu há um mês. Ainda não consegui pronunciar isto em voz alta. É uma realidade, um facto consumado, não há volta a dar e eu sei; mas de alguma maneira, do saber ao assumir vai uma distância dolorosa.
A doença de Alzheimer matou a mulher que a minha avó era há já uns 4 anos. Começa-se por deixar a comida queimar frequentemente, depois perde-se a noção das horas, adormece-se 1h durante a tarde e parece que se dormiu uma noite inteira. Confunde-se a filha com a mãe, não se sabe o nome da neta que esteve sempre ali, não se há memória de ter jantado ainda há 10min atrás. Não se sabe o que se faz com a carteira na mão nem o que se ia comprar. Não se consegue formar uma frase. Não se sabe que o marido morreu há 14 anos e chora-se ao ouvir isto como se a notícia fosse dada pela primeirissima vez. Depois não se sabe o nome daquela coisa que está ao lado do... daquilo... E não se sabe mais nada. A cama passa a ser o único poiso porque as pernas já não sabem andar.
Se eu pensar friamente, só o corpo dela agora partiu porque a essência já cá não estava. Mas pensar friamente não é comigo, pelo menos no que toca a isto.

Com a partida dela, partem memórias minhas. Não há cenários felizes da minha infância onde ela não esteja. Deu-me mais mimo do que a minha mãe (reza a lenda que é assim que tem de ser), dava-me maçãs assadas no forno de lenha sempre que eu pedia e fazia o melhor arroz de tomate com panadinhos do mundo. Ensinou-me a fazer leite creme. Chorava por mim se me via nervosa com um exame da faculdade e dizia-me sempre: "Rezei por ti, minha filha. Vai correr tudo bem." Quando eu não vinha a casa todas as semanas, pelo telefone tinha uma voz trémula "Quando vens? Tenho saudades". E eu também tinha. Mas agora tenho mais.

Fernando Pessoa escreveu que "na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Concordo. O sol há-de continuar a nascer todos os dias, os dias vão ter as mesmas 24h, a Terra vai continuar redonda, a rotina vai instalar-se; mas os meus dias transformaram-se. Falta-me ela, o sorriso que nestes últimos anos mal vi, os beijos repenicados que senti pela última vez há uns meses e a gargalhada... meu deus, a gargalhada sonora da minha avó!
Falta-me a avó pré-Alzheimer. Falta-me um tempo em que viver era fácil, os dias em que a morte era um conceito que bastava agitar a cabeça com convicção e...puff. Desapareceu.

Estou aliviada por ela. Estava a sofrer muito e isso era visivel. Revoltei-me por vê-la assim, ela não merecia (alguém merece?). Mas chegada a hora, mesmo previsivel, é inesperado. Ter a noção de que não vou voltar a vê-la nem beijar-lhe a testa entristece-me.
Mas prefiro acreditar (conveniência, quiçá?) que ela está bem, seja lá onde for. E ela acreditava que ia para o céu e que ia reencontrar o amor de 50 anos.

Que assim seja. E que juntos olhem por nós. Por mim.

22.06.1922 - 29.08.2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

Não pude deixar de "babar" ao ver estes vestidos...


By Elie Saab

terça-feira, 27 de março de 2012

:)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Gaja que é gaja

até pode não ter pilim na carteira (como esta que vos escreve...) mas pensa sempre nestas merdices.


Vestido Mango, sandaloca e clutch Asos


Tudinho da Blanco


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Era qualquer um destes para me arrancar um sorriso.
Ou todos de uma vez para me ver meeeesmo feliz.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

12 a caminho de 13



A "tia" espera-te em Agosto =)