segunda-feira, 18 de abril de 2011

Da inconstância

Uma Thurman
O que hoje parece, amanhã pode não ser.

As pessoas mudam de opinião, mudam de vontades, de convicções assim... de um dia para o outro.
Cada vez mais me convenço (e, infelizmente, me resigno à ideia) de que vivemos rodeados de interesses superiores e são tantas, mas tantas, as pessoas que se "prostituem" em troca do que lhes fôr mais conveniente: um emprego sem trabalho, dinheiro fácil, projecção social, enfim.
Mas o que me deixa verdadeiramente inquieta é aperceber-me que esta é uma atitude que se vai banalizando. Parece-me que já são poucas as vozes que se fazem ouvir ao remar contra esta maré de oportunismo... Instalou-se um "salve-se quem puder", como se puder. É um "vê se te avias" de gente a cagar para o bem-estar dos outros. Assusta-me pensar que as pessoas em quem se confia agora, daqui a um bocado podem espetar-nos uma faca nas costas e, pior, a troco de nada; só pelo contentamento de saber que agora já não estão sozinhos na infelicidade.
O meu pai sempre me disse "dá-te com toda a gente, mas não confies em ningém" e eu olhava para ele e pensava "que exagero!". Mas não. Vieram as primeiras decepções nas amizades, na família, no trabalho. Vieram outras, depois outra, mais uma.
Secalhar sou eu, secalhar tenho um iman que atrai estas merdas....
Ou secalhar é só o refelxo de uma era em que, ao contrário do que dizia John Donne, every man is an island, (ou tenta convencer-se que pode ser...).